Tuesday, 23 September 2008


Babico

Como se fosse um deus pagão,

Filho de Ogum ou Iansã

Sentava na beira do cais

No olhar o brilho das manhãs

Pescar é arte que ninguém

Conhece mais que seu arpão.

Companheiro do tucuxi

Nadava mais que o apirá

Fazia do peixe seu pão

Iara foi sua mulher

Trapiche velho era o seu lar

E o Tapajós o seu quintal.

Nada-que-nada, que a água é mãe do chão

Pesca-que-pesca, que vida outra é vâ.

Filho de são Sebastião,

Não tinha santo protetor

Sua alma inda vaga no rio

E quem quiser testemunhar

Sua fama de pescador

As caratingas contarão.

Catauari@ig.com.br

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