Babico
Como se fosse um deus pagão,
Filho de Ogum ou Iansã
Sentava na beira do cais
No olhar o brilho das manhãs
Pescar é arte que ninguém
Conhece mais que seu arpão.
Companheiro do tucuxi
Nadava mais que o apirá
Fazia do peixe seu pão
Iara foi sua mulher
Trapiche velho era o seu lar
E o Tapajós o seu quintal.
Nada-que-nada, que a água é mãe do chão
Pesca-que-pesca, que vida outra é vâ.
Filho de são Sebastião,
Não tinha santo protetor
Sua alma inda vaga no rio
E quem quiser testemunhar
Sua fama de pescador
As caratingas contarão.
Catauari@ig.com.br
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